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Indicadores sobre pobreza: dados europeus e nacionais

Data: Nov, 17 2014
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Os últimos três anos foram marcados por vários acontecimentos ao nível nacional e mundial que influenciaram de forma decisiva os principais indicadores de que procuramos dar conta neste documento. A situação de Portugal no contexto europeu devido à dependência da Troika, da qual só muito recentemente nos encontramos afastados, a situação difícil de vários países europeus, nomeadamente dos países do Sul da Europa, onde as taxas de desemprego são muito elevadas e os níveis de endividamento é alarmante; os conflitos armados que surgem em vários pontos do globo deixam-nos um cenário pouco animador para o futuro. A situação mundial é atualmente de grande incerteza a todos os níveis, sobretudo económico e financeiro.
Por outro lado, ao nível europeu encontramo-nos em fase de implementação do novo pacote financeiro dos Fundos Comunitários, o que é sempre um momento de grande expetativa à capacidade de atração de verbas comunitárias para Portugal, sobretudo no que diz respeito à pobreza e exclusão social.

Uma preocupação que decorre da leitura do documento prende-se com as crianças em Portugal; são de facto mais atingidas pela pobreza e trata-se de um indicador que mantem essa tendência ao longo dos anos. Um país que não consegue suprir as necessidades mais básicas das crianças (sobretudo as que se referem a carências alimentares) é um país que não pode prever o seu futuro e a capacidade de construir uma economia sólida. Para além dos números relacionados com a pobreza infantil temos também um índice de envelhecimento da população elevadíssimo, decorrente da falta de investimento em políticas de apoio à família. Estima-se que esta situação irá agravar-se no atual contexto de crise, o que terá consequências no próprio sistema de proteção social. Daremos conta desses números no presente documento.

A questão do emprego ressalta também do documento e coloca-nos numa situação de alarme social face à elevada taxa de desemprego que, em muitos casos, afeta os dois elementos do agregado familiar. A retoma da economia, se não se tornar uma realidade a médio prazo a taxa de desemprego irá aumentar, colocando ainda mais agregados numa situação de vulnerabilidade social. Para além desta realidade, as características do emprego em Portugal favorecem também a vulnerabilidade social, visto que muitos dos que trabalham não conseguem, ainda assim, sair de uma situação de pobreza. O número de trabalhadores pobres em Portugal é surpreendentemente alto e não se trata de um fenómeno que resulta da crise atual; sempre assim foi. Em Portugal a mão-de-obra é mal paga e o emprego precário predomina e os grandes grupos económicos que muitas vezes criam Fundações com fins sociais ou culturais são aqueles que eternizam esta condição de precariedade dos nossos trabalhadores.

A questão da educação que, durante muitos anos foi vista e comprovada com dados estatísticos como sendo uma forma de sair do ciclo vicioso da pobreza, atualmente já não tem uma correlação tão direta. Primeiro, porque, devido à crise, há cada vez mais estudantes a abandonar o ensino superior e depois porque muitos dos jovens recém-licenciados são recrutados por empresas estrangeiras para ajudar esses países a crescer.

O ficheiro encontra-se disponível para download.

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